sábado, 27 de março de 2010

Medicamento para emagrecer fora de controlo

Um estudo da Deco revela que os farmacêuticos não prestam os esclarecimentos devidos quanto à toma e aos efeitos secundários do Alli, um medicamento usado no tratamento da obesidadade que, desde o ano passado, passou a ser de venda livre.

A Associação Nacional de Farmácias aguarda o conhecimento integral do estudo para tomar uma posição. Mas vai adiantando que tem realizado acções de formação junto dos farmacêuticos especialmente voltadas para a venda de medicamentos para emagrecer e para a necessidade de prestar todos os esclarecimentos.

Duas colaboradoras da associação de defesa do consumidor deslocaram-se a 36 farmácias e 12 estabelecimentos autorizados a vender medicamentos, em Lisboa e no Porto, para comprar Alli. São magras e fora dos critérios previstos para a toma daquela comprimido.

Só cinco recusas

Apenas em cinco locais lhes foi recusada a venda. Nos restantes, o medicamento foi disponibilizado. Ninguém lhes perguntou o peso ou a altura para calcular o índice da massa corporal (IMC). O Alli só é aconselhável para pessoas com um IMC 28 ou superior e as duas colaboradores têm um IMC de 21.
Em 29 dos sítios visitados não foi feita qualquer pergunta sobre o estado de saúde das clientes, nem quanto à possibilidade de estarem a tomar outros medicamentos eventualmente incompatíveis com o Alli.
Apenas 25 esclareceram quanto à forma correcta de tomar o medicamento e 11 sobre os efeitos secundários previstos.

A Deco conclui que esta "falta de controlo na venda" pode levar a "situações de abuso". Os farmacêuticos, segundo a associação de consumidores, "não se revelam prestadores de saúde nem um filtro contra um uso incorrecto dos medicamentos". Um aspecto que a Deco considera dever "ser melhorado".

Por outro lado, a associação defende que a venda do Alli sem receita médica "é um mau princípio". E pediu um parecer ao Infarmed sobre o risco de eventuais abusos, não obtendo, até agora, qualquer resposta. Apelou, então, à Agência Europeia do Medicamento "para rever os critérios que estão na base da autorização de venda de medicamentos sem receita médica".

Fármaco só com dieta

O Infarmed afirma, em declarações à Lusa, que "não há indícios que impeçam a venda sem receita médica", lembrando que a Agência Europeia do Medicamento "avaliou" o potencial risco de "sobredosagem" ou "má utilização", concluindo "não haver indícios que obstaculizem à sua dispensa directa ao público".

O Infarmed apela, no entanto, a uma leitura atenta das informações que acompanham o medicamento e lembra que o mesmo só deve ser tomado em simultâneo com uma dieta de baixo teor calórico.

Jácome de Castro, endocrinologista, sublinha que a obesidade deve ser tratada com acompanhamento médico, mas considera o Alli seguro. O médico questiona-se também sobre o porquê da "preocupação" com este medicamento em particular e não com outros, mas admite que a venda de medicamentos sem receita "é um problema geral da saúde em Portugal".

Fonte: JN

2 comentários:

O saber não ocupa lugar! disse...

Olá!

Já algum tempo que não passava por aqui, mas mantenho a minha opinião sobre este blogue: está muito original!
Espero também a sua visita e os seus comentários nas postagens que lá tenho. Comente as que quiser!
Uma das postagens que lá tenho está relacionada - precisamente - com este distúrbio alimentar! Seria interessante ter lá o sua opinião!

O link é:
http://blogsabernaoocupalugar.blogspot.com

Cumprimentos.

Rui Cruz disse...

Ser gordinho não é vergonha.
Essas pessoas todas estão com uma dose de falta de autoestima que nem lhes digo nada...

Deixem-se fritar para aí. :)

Rui