Hoje é dia de mais uma convidada especialíssima :)
A Bárbara é co-autora do blog Sweet Caos, com quem tenho o prazer de colaborar a cada dia 10, e é mãe de um lindo menino com APLV. Pedi-lhe para nos contar um pouco da sua experiência com um bebé APLV. Independentemente das opiniões sobre as recentes correntes anti-lactose e anti-glúten, a alergia à proteína do leite de vaca (APLV) não é uma moda!!! É bem real, bem frequente e pode prejudicar bastante a saúde do bebé.
Há por aí mais mamãs na mesma situação?
"Nunca tinha ouvido falar em alergia ao leite (o nome correto é alergia à
proteína do leite de vaca - APLV), nem fazia ideia da quantidade de pessoas que
tem este problema.
Quando estava grávida, comecei a frequentar o
curso de preparação para o parto e parentalidade do hospital em que estava a ser
seguida e como foram várias semanas com as mesmas pessoas acabamos por nos
tornar próximas. Depois dos bebés nascerem graças ao facebook foi fácil
mantermos contacto e enquanto estivemos de licença de maternidade marcamos alguns
encontros.O leite adaptado que o pediatra sugeria tinha um sabor horrível e ainda por cima as latas eram pequeninas e caríssimas.
Nessa altura descobri que afinal a APLV era cada vez mais frequente e que o
meu filho sofria do mesmo problema.
Nunca tinha desconfiado, apesar das disfunções intestinais que podem ou não
estar ligadas à alergia, apesar das cólicas terem durado bem mais que os normais
3 meses.
Nunca tinha desconfiado porque o meu filho sempre mamou e eu nunca me
privei de leites ou lacticínios e desde o final do 1º mês que ele bebia
suplemento de leite adaptado.
Quando comecei a introdução das papas, comecei pelas lácteas. Papa e água.
Desde o primeiro dia que as recusou, e eu achando que era por ser um novo
elemento, insistia. Ele comia mas chorava muito.
Ao final do 2º dia notei umas pequenas borbulhas à volta da boca, ao
terceiro dia após a papa as borbulhas eram maiores. Porém para toda a gente eu
era a mãe de primeira viagem que estava a imaginar coisas!!!
Ao 4º dia fomos para o hospital com o miúdo vermelho e inchado como se
tivesse apanhado um escaldão!
Havia uma reação alérgica à papa, mas a que componente?
A primeira coisa a ser posta de lado foi o leite... ele mamava, bebia suplemento e nunca tinha feito reação.
No entanto como não quis andar a testar diferentes papas falei com o
pediatra para fazermos análises ao sangue e ficarmos logo a saber o problema.
E assim foi. Uns dias depois o resultado não deixava margem para dúvidas:
Alergia à Caseína classe 2!
Não é o fim do mundo e a alimentação pode-se adaptar a esta
realidade.
Mas não é fácil!
Praticamente todos os alimentos processados levam leite e/ou proteína de
leite.
Experimentem ler alguns rótulos.
Iogurtes, bolachas, fiambre, gelados, etc.
As pessoas diziam: "ai e tal mas o leite de vaca não faz falta nenhuma!"
Verdade! Mas agora imaginem explicar ao vosso filho numa festa de
aniversário que não pode comer bolo, numa ida à praia que não pode comer um
gelado, quando for almoçar na escola que a pizza e a massa de cogumelos não
podem ser a ementa dele.
Já sei... não é o fim do mundo. Mas percebam que o leite e/ou a proteína
está em "todo" o lado.
Depois ainda há o problema das pessoas que acham que isto são manias e toca
a dar gelados, e bolos e iogurtes, porque o menino quer e isso são
modas!
E lá tens o teu filho a ficar vermelho e a inchar e tu a correres com o
anti-histaminico. Nem quero pensar nas mães em que as alergias são da classe 5
ou 6 que provoca um choque anafilático!!!! Que medo e que sensação de andar de
bicos de pés a toda a hora.
Felizmente o meu filho tinha alguma tolerância e foi por isso que até às
papas nunca tínhamos percebido a alergia.
E por isso mesmo em conjunto com o pediatra decidimos continuar a insistir
na proteína, em doses controladas, para que o organismo não se desabitua-se dela
e ganhasse cada vez mais habituação.
Pelo meio passamos e continuamos a passar por muitas mudanças de leites, de
iogurtes, de vários alimentos com e sem leite.
Por opção própria evito os alimentos que tem leite e ainda adição de proteína de leite.
Por opção própria evito os alimentos que tem leite e ainda adição de proteína de leite.
Acho que o caminho que se está a fazer trará bons resultados.
Não
preciso que o meu filho beba leite, mas queria que ele pudesse comer um bacalhau
com natas na casa de um amigo ou uma lasanha no primeiro jantar com a namorada.
Bárbara Barreira"
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